
A mais de 50 anos eu assisti este clássico do cinema mundial do diretor, roteirista, ator e algumas “coisitas” a mais Jacques Tati. “Mon Oncle”, um filme francês de 1958, colorido, resume muito bem a arquitetura e a cidade de meados do século XX, pelo menos em ambas extremidades mais reconhecíveis. O filme de Jacques Tati mostra o contraste entre dois mundos, o moderno, exagerado por um otimismo futurista, e o tradicional, representado pelo bairro antigo e popular de um dos arrondissement de Paris. Estes dois mundos são representados no filme de Tati, o elo de ligação entre esses dois mundos completamente diferentes, é uma criança, um dos personagens mais interessantes. O tio da criança, Monsieur Hulot, que vive na parte antiga da cidade e a irmã de Hulot, mãe da criança, é casado com Arpel, um fabricante de plásticos de sucesso, que vive no bairro da moda, em uma casa moderna e tem uma família moderna.
Enquanto a “eficiência” parece ser a palavra que expressa a casa moderna, com seus aparelhos eletrônicos controlados à distância e os eletrodomésticos onipresentes na vida familiar; é a “ineficiência”, a que é retratada no bairro antigo, onde ninguém parece fazer o que deve fazer: o verdureiro vende numa mesa de um bar a 50 metros da verdureira, o varredor não varre, etc.
Cada vez mais que eu vivo, mais tenho certeza, que para mim a maneira de viver tem que ter mais “ineficiência” do antigo e menos “eficiência” do moderno, apenas umas pinceladas bem dosadas. E, vamos em busca da felicidade!
Fontes e Imagens: Archdaily